sexta-feira, 23 de novembro de 2012


Protegidos e Arrogantes

“Eles estão por todos os cantos pedindo um trocado, vendendo uma bala, perdendo a saúde, ganhando uma dor. Eles são diariamente ignorados por vidros fechados e olhares antipáticos - Não quero sua bala, não tenho um trocado, não quero te ajudar. Humanos totalmente submersos dentro de seus carros, em cima dos seus saltos, não tendo tempo pra olhar pelos lugares que passam todos os dias. Humanos afogados em egoísmo, podem morrer sufocados mas não abrem os vidros, os olhos, e muito menos a alma. Se contentam com a ganancia de nunca ter nada, mas sempre acham pra um cigarro, ou uma cerveja, mas não pra matar uma fome - Um real eu não tenho, tenho cinquenta, mas tenho pra mim. Se não te sobra nem uma pila, é porque não me sobra nem uma dó. Tenho boletos, contas, roupas pra comprar, mas não tenho pra matar sua fome. Não posso te ajudar, preciso comprar leite ninho e um iphone novo pra minha filha porque o dela quebrou. Mas não tenho pro seu café, agora suma daqui porque toda vez que te vejo quando passo por esse lugar eu sinto vergonha desse nosso país, pois sou exatamente igual a ele, protegido por um telhado, apático, cego, afogado. O farol é só uma passagem, e eu não preciso pagar um pedágio. Então minha resposta é não, porque pra você eu não tenho dinheiro, muito menos coração.”
— Sean Wilhelm.
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